O Laboratório de Estudos de Gênero e História, da Universidade Federal de Santa Catarina (LEGH-UFSC), em parceria com o Portal Catarinas, lançou uma série de vídeos com o objetivo de popularizar e desmistificar termos e conceitos comuns nos estudos de gênero, feminismos e sexualidades. Com linguagem coloquial e didática, os vídeos buscam alcançar especialmente o público jovem e adolescente nas redes sociais. Eles podem ser acessados pelo perfil do instagram (@legh.ufsc e @portalcatarinas) canal Youtube (@GêneroeHistória), pelo Tik-Tok (@Gênero.ufsc) e também pelo repositório da Universidade, em que também é possível baixar todo o conteúdo. Para isso, clique aqui. Ao todo, foram oito vídeos com uma duração média de 2 minutos e meio, publicados semanalmente nas redes sociais das organizações, com audiodescrição. Confira!

1) Feminismos

No primeiro vídeo, sobre Feminismos, além de explorar a trajetória histórica das chamadas “ondas feministas”, são apresentadas de forma sucinta datas significativas e algumas das principais reivindicações desses movimentos. O conteúdo também aborda o fenômeno do antifeminismo, um movimento hostil às lutas por equidade de gênero, destacando a sua postura negacionista em relação à produção acadêmica no campo.

2) Gênero

A segunda produção trata do conceito de Gênero e aborda como papéis sociais de gênero são definidos a partir de um conjunto de ideias, comportamentos e padrões que são pressupostos pela sociedade, conforme o sexo das pessoas. Enquanto se espera que meninos não chorem e não brinquem com bonecas, das meninas é esperado que sejam sensíveis e amorosas, por exemplo. Assim, o vídeo narra como esses estereótipos produzem diversas desigualdades entre homens e mulheres e também para pessoas não binárias, trans, travestis e outras identidades fora da heteronormatividade.

3) Interseccionalidade

Interseccionalidade é tema do terceiro vídeo, que explica como o termo ganhou força nos últimos anos para além do meio acadêmico, ajudando na compreensão da sobreposição de opressões e discriminações que produzem desigualdades. Além disso, o vídeo propõe de uma série de práticas e ações que podem ajudar a lidar com os problemas sociais de forma estratégica e nos ajuda a entender como a interseccionalidade pode ser entendida por meio de registros distintos, pois ganhou múltiplas interpretações.

4) LGBTQIA+

O quarto vídeo é sobre o acrônimo “LGBTQIA+” e explica o significado das principais letras que ganharam força na década de 1990 e que continua sendo ampliada. O vídeo leva em consideração que a sigla já passou por várias atualizações e pode ser confusa para algumas pessoas. Por isso, optou por explicar a diversidade de orientações sexuais e identidades de gênero de maneira sucinta, utilizando o acrônimo LGBTQIAPN+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis, Queer, Intersexuais, Assexuais, Pansexuais, Não-Binários e + que abrange outras possibilidades de orientações sexuais e variações de gênero).

5) Antirracismo

O quinto vídeo é intitulado Antirracismo e explica de maneira sucinta do que se trata o conjunto de práticas e posturas de enfrentamento às estruturas de opressão racial. A produção, que contou com a consultadoria do Professora Doutor Willian Luiz da Conceição (UFSC), ilustra o cenário de desigualdade racial no Brasil usando como exemplo os poderes executivo, legislativo e judiciário, que são compostos majoritariamente por homens brancos. A produção destaca que essa configuração não está relacionada à meritocracia, portanto não se trata de mérito individual – ainda que este argumento não seja descartado em casos específicos – mas sim de toda uma conjuntura que vem desde gerações anteriores.

6) Anticapacitismo

Anticapacitismo é o sexto vídeo da série que aborda como um conjunto de ações e posturas desafia estereótipos e busca promover a igualdade de oportunidades e acesso para todas, todes e todos. A produção define capacitismo como a discriminação contra pessoas com deficiência e destaca que ela acontece de maneira sistemática e se alia a outras formas de opressão, reproduzindo diferentes níveis de violência. A partir dessa explicação, o vídeo aborda a luta pelos direitos das pessoas com deficiência sob o argumento de que a diversidade humana inclui a deficiência como uma de suas características, assim como raça, sexualidade ou identidade de gênero.

7) Violência de gênero

O vídeo intitulado Violência de gênero é o penúltimo da série e explica do que se trata esse tipo de violência, abordando também sua relação com as construções sociais, culturais e históricas que estabelecem os papéis sociais de gênero, além de apontar possíveis ações de enfrentamento a esse problema. O vídeo introduz o assunto trazendo dados que mostram que o Brasil está entre os 5 países com as maiores taxas de feminicídio e é o país que mais mata pessoas trans e travestis no mundo.

8) Violência Digital de gênero

O último vídeo da série trata especificamente dos desdobramentos da violência de gênero diante os avanços tecnológicos. Ele explica que a Violência digital de gênero pode se manifestar de diversas formas. Também afirma que as meninas e mulheres são as maiores vítimas desse tipo de crime e que, quando os dados são analisados a partir de uma perspectiva interseccional, conclui-se que as mulheres negras e pessoas LGBTQIAPN+ enfrentam um nível ainda maior de violência e discriminação on-line.